domingo, 15 de junho de 2014

     


      De umas semanas pra cá tenho observado um discurso/debate a cerca das feministas transfóbicas.  O que muito me intriga é o fato de que toda e qualquer violência sofrida por mulheres cis hétero, cis lésbica e trans feminina, é uma violência proferida à imagem da mulher, e a imagem que essa mulher representa no seio dessa sociedade patriarcal/paternalista, hétero, cristã e branca. 
 
     Até onde meu conhecimento/entendimento de feminismo, questões referentes a construção de gênero e sexualidade me permitiu enxergar é que: ser mulher, se entender como mulher e definir um determinado padrão de gênero como sendo seu, assumir determinada identidade, vai além do fato de se nascer com buceta, útero, canais vaginais, ponto G e clitóris. É construção, identificação e/ou adequação. O fato de nascermos com determinada genitália não é o que determina o quão louc@s seremos por vestidos, brincos, bonecas e/ou carrinhos, bola de futebol  e etc. isso vai de encontro ao quanto somos estimulados para aderir determinados comportamentos e apreciação de determinadas coisas, que mais tarde entenderemos como 'coisas de meninas' e 'coisas de meninos'. 
   
     Embora acredite que cada um/a tenha o direito de identificação com uma causa e/ou com uma luta na qual se sinta mais pertencente e tocad@, não encontro justifica plausível para essa corrente e promoção do ódio de alguns grupos feministas às mulheres trans. Isso, na minha compreensão de feminismo, deixa de ser feminismo e passa a ser sexismo... e pelo que entendo... é contra isso que estamos lutando já faz algum tempinho, ou não?!          
     Não se sente estimulada pela causa, deixe passar reto, não se importe, ignore... acho digno, mas desperdiçar energia para promover o ódio contra a figura da mulher trans, ao meu ver é muito contraditório! 
 Mulheres cis, mulheres trans e saparrachas... uni-vos... 
DIGA NÃO AO FEMINISMO BUCETISTA! 

domingo, 9 de março de 2014

  
    Como cês sabem, o dia internacional da mulher é comemorado no dia 08 de março, existem controvérsias ao pq da data, mas uma das histórias que me marcou é de q na data houve um incêndio, q alguns dizem criminoso, em uma fábrica textil em Nova York. Fábrica essa em que as funcionárias estavam insastifeitas com as condições de trabalho e viam fazendo grever e manifestações para que suas reivindicações fossem atendidas (existem boatos de q o incêndio foi provocado pelo ~patrão~). A cor que representa a maioria dos movimentos feministas é o lilás, segundo a história essa era a cor do tecido que as mulheres produziam no dia do incêndio. Existem vários acontecimentos referentes a referida data, e outras datas tb foram criadas no séc  XX. Mas a origem se dá ao fato da entrada da mulher no mercado de trabalho/indústria e a sua luta por melhores condições de trabalho. Esse é um dos motes principais q depois tem incorporado a luta pelo direito ao voto, liberdade sexual e coisas que lutamos até os dias de hj.
   É claro que caminhamos bastante até o presente momento, mas é inegavel e incontestável que ainda temos muito a conquistar. Sempre culpabilizaram a mulher pela maldição q assola o mundo e a si mesma, somos todas Evas causadoras da expulsão do Jardim do Éden, do paraíso, as pecadoras, as provocadoras responsáveis pela punição do capataz. Ainda hoje, quando vítimas, nos tornam culpadas, vide estupro, onde somos culpabilizadas pela violência sofrida, afinal, não deveriamos andar nas ruas sozinhas, com roupas ~indecentes~. É foda ter q ainda lutar pelo direito de ser cidadãs, onde possamos ter o direito de ir e vir (ou de não ir e de não vir se caso não quisermos), sem sermos coagidas e violentadas. É foda ter que nos depararmos quase que diariamente notícias de mulheres que ainda  são vítimas de violência doméstica, mulheres que morrem porque os homens não aceitam o fim do relacionamento ocupando assim o papel de posse, onde a mulher não tem nome próprio, ela é apenas a mulher de "fulando", a filha de "sicrano", a mãe de "beltrano". 
   Enfim querides... Não desejo parabéns no dia 08 de março a nenhuma das irmãs (mulheres héteros, mulheres lésbicas,  mulheres trans, mulheres). Não existe um parabéns quando as mulheres não tem uma existência plena enquanto cidadãs e são fadadas pelo patriarcado a um papel secundário e coadjuvante na sociedade.  Desejo que possamos ter forças para continuarmos lutando e conquistarmos um mundo onde seja melhor pras nossas filhas, netas e todas as outras que virão. 
"Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância"
-Simone de Beauvoier 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Hey pepow, vcs sabem qual a diferença entre o Charme e o funk?! 

Diz a música que um anda bonito e o outro elegante.
Se procede, não sei, mas é assim que dizem que é. 
Agora vcs sabem qual a diferença entre o sexismo e o feminismo?



Pois bem, as vezes, quando rola uma discussão na rede sobre questões de gênero e afins, surge uns seres que dizem q o feminismo nada mais é do que o machismo ao contrário, que são as mulheres querendo dominar o mundo, tomar o poder, matar os homy TUDO, e esfregar a tchebs na cara da sociedade!
Pois bem, na verdade isso se chama sexismo, o sexismo sim, prega a idéia de superioridade e privilégio a determinado gênero ou orientação sexual em detrimento do gênero oposto. 
"De maneira geral, o termo é usado como exclusão ou rebaixamento do gênero feminino. Trata de uma posição, que pode ser praticada tanto por homens quanto por mulheres; portanto, o sexismo está presente intragêneros tanto quanto entre gêneros. De acordo com Karin Ellen von Smigay, culturas falocráticas possuem: "um vasto conjunto de representações socialmente partilhadas, de opiniões e de tendência a práticas que desprezam, desqualificam, desautorizam e violentam as mulheres, tomadas como seres de menor prestígio social". 1 Assim, de acordo com esta autora, o sexismo acaba "legitimando a violência contra mulheres e todos aqueles que, em determinadas circunstâncias, são reconhecidos como tendo uma posição feminilizada. Mantido por um pensamento essencialista, atribui qualidades e defeitos que seriam inerentes e específicos de cada sexo".2 De acordo com esta análise, sexismo e homofobia estão estreitamente relacionados."*


O feminismo tem um caráter diferente, ele visa a equiparação de direitos. Busca a liberdade dos padrões opressores baseados em normas de gênero, e, patriarcado. É um movimento social, político e filosófico que luta pela igualdade social. Esse movimento foi responsável pela criação de leis trabalhistas dirigidas especificamente às mulheres, lutou para garantir o nosso direito ao voto, licença-maternidade, métodos contraceptivos, e, ainda luta por salários iguais para ambos os sexos que desempenhem a mesma função. Além de lutar contra violência doméstica, estupro, assédio sexual...enfim garantir a integridade do nosso corpo, nossa liberdade sexual. 



Ambos tem caráter diferente, e não tem nada a ver um com o outro, um prega a superioridade de gênero, independentemente de masculino ou feminino. O outro luta pela garantia de igualdade social, política, filosófica, sexual, trabalhista, e, humana! 




*wikipédia

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

E aí? Vai rolar ou não o beijo gay da novela? Foi um dos debates levantados nas rodinhas de conversas e tal. Finalmente uma novela brasileira, ainda que de uma forma cagada, caminha para um desfecho em que os personagens gays da trama: Félix (Matheus Solano) e Niko (Thiago Gatinho Fragoso) caminham para um final feliz e um início de relacionamento com torcida do público da novela. Ainda que os ranços sociais da moral e dos bons costumes venham a afirmar que o grande público ainda não está preparado para o tal do monstro convertedor de héteros “beijo gay”, a trama caminha para um final onde a tal falta do beijo pode naufragar uma história que depois de quase afundar, conseguiu subir de novo graças, principalmente, a trama do personagem Félix, que foi de vilão a anti-herói e atualmente, pra mim, protagonista da trama.

A trama que começa com Félix sendo uma “bicha má”, um vilão atrapalhado e carismático, embarcando na onda dos vilões da internet, já chega sendo um estouro. Todo mundo acompanha o Félix vendo a exposição da imagem de um gay que é para os outros rirem, ainda que um personagem forte da trama, ainda é um riso do outro. Um personagem de bordão que passa por várias situações parecidas na trama, (tentar uma maldade, se dar mal, e lançar um bordão “será que eu salguei a santa ceia?”) Quase uma sitcom. Capaz de rodarem um filme dele como fizeram com o Crô, esse outro personagem gay do gosto popular, mas ainda muuuuito mais esterotipado que o Félix.

Na nova fase da trama, ao qual muitos torceram o nariz, Félix mostra que pode ser uma boa pessoa sem ter que abandonar seus jeito afeminado e divertido, e cresce ainda mais como personagem. Que antes já era querido do público, agora passa a ser o alvo da torcida por um romance com o personagem Niko e aí surge o tal do debate do beijo gay. Como uma coisa mágica, como um sinal do apocalipse para os religiosos, como um transformador de homens héteros direitos pais de família e seus bondosos filhinhos viris em homossexuais. A heterossexualidade da sociedade nunca esteve tão frágil gente! Parece q vc escorregou numa casca de banana e ops! “virei” gay.

Fez o contraponto total do último personagem gay marcante do horário das 8: Roni (Daniel Rocha) da novela Avenida Brasil, em que o personagem praticamente termina a novela voltando para o armário, ficando a melhor amiga e ajudando-a a criar o filho junto com o pai. Amor à Vida termina com um total contraponto com um casal gay, com filhos, relacionamento estável e que caiu nas graças de boa parte do público. E aí que todos nós clamamos: Vai ou não vai ter o beijo gay da novela? Será que o mesmo pessoal que torce por eles são aqueles que “até tem amigos gays, mas não precisa se beijar em público” ou que “Só tenho amigos gays que nem parecem gays, não fazem essas coisas em público”? Achamos que dessa vez não tem pra onde fugir. Esse beijo vai mostrar quem é quem nas rodinhas de bar, amigues.

No mesmo capítulo do dia 28/01/2014 em que acontece uma tão criticada troca de carinhos dos dois personagens, a personagem Aline, durante uma transa com Ninho, tenta esfaqueá-lo. Sexo e violência numa só cena que passa batida pelos conservadores de plantão. Nos perguntamos: o que está fazendo mais mal aos nossos filhos? 


UPDATE: ROLOU O BEIJO GENTE





Já passei o bronzeador e estou aqui esperando o fogo do juízo final! O melhor são os comentários do vídeo... se vc for sensível nem leia rs... Mostrando a necessidade da visibilidade da cena... Não foi apenas um beijo, mas um beijo que invadiu a bolha cisheteronormativa alheia... enfim... bjx 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014


                Olá personas, como vai a vida? Sua vulta também tá fritando nesse calor? A nossa pegou fogo mas é só aparecer um boy magia que ela renasce das cinzas.

                 Se você não está por fora do que acontece no Rio de Shaneiro, sabe dos absurdos que envolvem o governo do Cabral. E eis que de repente, chega até nós a notícia de que essa criatura aprovou um projeto de lei de autoria da deputada Myriam Rios.
                Bem, só de falar o nome da dita cuja aposto que seus pelos da nuca ficaram eriçados, e deu uma vontade de leve de gritar. Pra quem não se lembra, a mesma deputada insinuou que a homossexualidade está ligada à pedofilia. Isso mesmo, amigue, ela quis dizer que as guei e as sapa tudo são pedófilos. Veja o vídeo (se tiver estômago forte):



                Pois bem, projeto de lei vindo desse demo não deve ser coisa boa. E não é. A lei foi criada para resgatar os valores morais e os bons costumes. Má que merda é essa?

                A própria explica um cadinho no projeto: ““infelizmente, a sociedade de uma maneira geral vem cada dia mais se desvencilhando dos valores morais, sociais, éticos e espirituais (…) Sem esse tipo de valor, tudo é permitido, se perde o conceito do bom e ruim, do certo e errado. Perde-se o critério do que se pode e deve fazer ou o que não se pode”. 

                Parece bonito, parece caridoso, mas é pura baboseira reacionária. Gente esse papo de moral e bons costumes sempre é usado para combater as mudanças sociais. Foi o mesmo discurso usado contra o divórcio, contra a pílula anticoncepcional, libertação escrava, etc. E hoje é usado contra os direitos das pessoas gays, lésbicas e trans principalmente. 

                O medo da dona Myriam é que seja considerado normal que dois homens se casem, ou que duas
mulheres demonstrem carinho publicamente, ou ainda que uma pessoa rompa a barreira binária de gênero e possa ser reconhecida livremente com o gênero que se identifica, ou com nenhum dos dois. Ela tem medinho de que a sociedade caminhe pra se livrar dos preconceitos e discriminações. E por que ela tem medo?

                Por que nesse mundo utópico onde todxs podemos ser aquilo que sentimos e queremos ser, o discurso de ódio dela não vai ter mais serventia. O discurso falacioso dos fanáticos religiosos que extorquem as pessoas, que luta para impedir direitos fundamentais para parcelas marginalizadas da sociedade será ridicularizado. No mundo que queremos (e lutamos para se tornar realidade), essas pessoas não encontrarão espaço na mídia para propagar o ódio e a violência. Não terão como enriquecer as custas da fé e do sofrimento alheio.

                Então, dona Myriam, pode esbravejar aí contra as mudanças conquistadas a custo de muita dor e sangue. Enquanto isso nós estaremos sambando na cara da sociedade patriarcal.