domingo, 3 de maio de 2015

Olár! 

        Nos dias de hoje, com mais gente acessando as redes sociais e tendo como base de formação intelectual esses espaços, temos um número grande de pessoas que tem seu primeiro contato com o tema feminismo por aqui, oq é ótimo, maravilhoso e esplêndido, pode também ter alguns complicadores nos tererê das informações. Quando uma mulher se reconhece como feminista, seja nas redes sociais ou na sua vida, digamos, real... isso não a faz passar por um processo de 'endeusamento amazônico' e ela não se torna a mulher maravilha, ela ainda convive com as mesmas problemáticas sociais q todas as outras mulheres. 
        Em muitos casos da minha vida, eu só solicito ajuda de homens ou de outras pessoas, quando eu realmente não consigo executar tal tarefa, e ainda assim, nesse raros momentos em que ou não tendo força, ou não alcançando, ou tendo medo de andar a noite sozinha na rua até um ponto de ônibus, algumas vezes já me foi respondido à tal solicitação: 'Mas ué, vc não é feminista?!' 
   MAS CARALHO! SOU MULHER, FEMINISTA E NÃO SOLTO RAIOS DE FOGO PELA BUCETA!

       O fato de nos identificarmos como feminista's não nos exime de passar pelas mesmas problemáticas que as outras mulheres. 
        O fato da mulher ser feminista não apaga as opressões do mundo sobre ela/nós. Não a/nos livra de levar/mos cantadas na rua, de ser/mos agredida's ao reagir a elas, de sofrer tentativas de estupro, entre outras violências que a/nós mulher/res sofre/mos diariamente nos espaços. O fato da mulher ser feminista não muda na cabeça de muitas pessoas que a mulher esta errada em sair de casa depois das dez, de que a mulher de saia curta está "pedindo".
       O fato de ser mulher feminista, não me exime de menstruar, de ter dores, de sofrer por questões amorosas, de sofrer com as cobranças familiares que cobram casamento, netos, monogamia e heterossexualidade. Não estamos isentas a nada disso. 
Não nascemos livres, nosso processo de libertação e desconstrução é um processo diário, e enquanto os homens não compreenderem isso continuarão a produzir machismo e outras formas de opressão, mesmo quando pretendem ser companheiros, quando digo homens aqui, to falando dos q se dizem feministas (os feministos, que não abrem mão do protagonismo nem no movimento feminista e não se conformam apenas em ser pró-feministas).
     O feminismo nos dá o poder de refletir sobre as ações cotidianas e opressoras de nossa sociedade, do que é naturalizado, através de muita luta, mas as mudanças não acontecem como mágica. Feminismo ainda não dá poderes mágicos para vencer todas as violências e opressões do mundo.
A mulher é q é feminista, mas o mundo todo ainda não é. Quando uma amiga feminista solicitar ajuda, acredite, que é pq ela realmente deve precisar, não é por comodismo. 
Bjão!

3 comentários:

Lev disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lev disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lev disse...

Ótimo texto!! Eu acho que nem pró-feminista sou . Muito menos Feministo!!! Apenas sou. Odeio usar um rotulo no qual por mais que me debruce sobre o assunto minha mente nunca alcançará, no máximo chegará ao exercício da empatia e aí as camaradas conseguem assim disputar ou não minha consciência!! Que por se tratar de consciência que é transitante e disputável, numa sociedade caduca. pode como dizia TROTSKY(2010) "O que não avança Retrocede". Na teoria da revolução permanente somado ao que também c diz NOVAK(2008)"nosso desenvolvimento social é desigual e combinado". para melhor segregar e explorar o precariado nessa sociedade. Então como a autora sabiamente relata sermos rotulados não nos livra das pressões sociais, logo de sermos alienados de nós mesmos.

Fico com uma frase do Velho que diz que cabe a mim como um "pseudo"Revolucionário organizado apoiar e dar condições para que vocês lutem e se emancipem. Ele diz que todos os oprimidos tem direito a autodeterminação [destaco que aqui ele fala sobre os processo da Africa do Sul porém, entendo todos como oprimidos em maior ou menor grau]
" Os revolucionários não devem nunca esquecer o direito à auto-determinação das nacionalidades oprimidas, inclusive o direito à separação plena, nem devemos esquecer a obrigação do proletariado da nação opressora defender – com armas nas mãos se necessário – este direito."


Sem mais!!!