E aí? Vai rolar ou não o beijo gay da novela? Foi um dos
debates levantados nas rodinhas de conversas e tal. Finalmente uma novela
brasileira, ainda que de uma forma cagada, caminha para um desfecho em que os
personagens gays da trama: Félix (Matheus Solano) e Niko (Thiago Gatinho
Fragoso) caminham para um final feliz e um início de relacionamento com torcida
do público da novela. Ainda que os ranços sociais da moral e dos bons costumes
venham a afirmar que o grande público ainda não está preparado para o tal do
monstro convertedor de héteros “beijo gay”, a trama caminha para um final onde
a tal falta do beijo pode naufragar uma história que depois de quase afundar,
conseguiu subir de novo graças, principalmente, a trama do personagem Félix, que
foi de vilão a anti-herói e atualmente, pra mim, protagonista da trama.
A trama que começa com Félix sendo uma “bicha má”, um vilão
atrapalhado e carismático, embarcando na onda dos vilões da internet, já chega
sendo um estouro. Todo mundo acompanha o Félix vendo a exposição da imagem de
um gay que é para os outros rirem, ainda que um personagem forte da trama,
ainda é um riso do outro. Um personagem de bordão que passa por várias
situações parecidas na trama, (tentar uma maldade, se dar mal, e lançar um
bordão “será que eu salguei a santa ceia?”) Quase uma sitcom. Capaz de rodarem
um filme dele como fizeram com o Crô, esse outro personagem gay do gosto
popular, mas ainda muuuuito mais esterotipado que o Félix.
Na nova fase da trama, ao qual muitos torceram o nariz,
Félix mostra que pode ser uma boa pessoa sem ter que abandonar seus jeito
afeminado e divertido, e cresce ainda mais como personagem. Que antes já era
querido do público, agora passa a ser o alvo da torcida por um romance com o
personagem Niko e aí surge o tal do debate do beijo gay. Como uma coisa mágica,
como um sinal do apocalipse para os religiosos, como um transformador de homens
héteros direitos pais de família e seus bondosos filhinhos viris em
homossexuais. A heterossexualidade da sociedade nunca esteve tão frágil gente! Parece
q vc escorregou numa casca de banana e ops! “virei” gay.
Fez o contraponto total do último personagem gay marcante do
horário das 8: Roni (Daniel Rocha) da novela Avenida Brasil, em que o
personagem praticamente termina a novela voltando para o armário, ficando a
melhor amiga e ajudando-a a criar o filho junto com o pai. Amor à Vida termina
com um total contraponto com um casal gay, com filhos, relacionamento estável e
que caiu nas graças de boa parte do público. E aí que todos nós clamamos: Vai
ou não vai ter o beijo gay da novela? Será que o mesmo pessoal que torce por
eles são aqueles que “até tem amigos gays, mas não precisa se beijar em
público” ou que “Só tenho amigos gays que nem parecem gays, não fazem essas
coisas em público”? Achamos que dessa vez não tem pra onde fugir. Esse beijo
vai mostrar quem é quem nas rodinhas de bar, amigues.
No mesmo capítulo do dia 28/01/2014 em que acontece uma tão
criticada troca de carinhos dos dois personagens, a personagem Aline, durante
uma transa com Ninho, tenta esfaqueá-lo. Sexo e violência numa só cena que
passa batida pelos conservadores de plantão. Nos perguntamos: o que está
fazendo mais mal aos nossos filhos?
UPDATE: ROLOU O BEIJO GENTE
Já passei o bronzeador e estou aqui esperando o fogo do juízo final! O melhor são os comentários do vídeo... se vc for sensível nem leia rs... Mostrando a necessidade da visibilidade da cena... Não foi apenas um beijo, mas um beijo que invadiu a bolha cisheteronormativa alheia... enfim... bjx
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