É fato comprovado que sou gay. Mas também nunca me permiti o bastante viver coisas diferenciadas com mulheres. Nunca senti vontade e isso é um motivo básico para eu nunca ter ido pisar naquele terreno, porém fico pensando nessa coisa de a gente se delimitar dentro de uma cerca sexual. Como se a gente tivesse que escrever na testa o que somos pra facilitar para os outros nos entender e nos aceitar (ou não) colocando dentro da caixinha onde eles quiserem no que eles tangem como bom, mau, legal, escroto e tal. Porém me definir como bissexual me dá preguiça, só de explicar para os outros que mimimi prefiro homens mas gosto de me definir como bissexual blablabla, eu e alguns amigos estamos adotando uma ideia de "não há sexualidade" meio que opção sexual: pessoas - e vivendo a vida fazendo o que dá vontade, dentro do que aparece na nossa vida, com um tanto básico de juízo, lógico. Mas vivendo. E venho falar que me sinto melhor nessa coisa de não me colocar em uma fôrma. Na situação falo logo "sou gay" por preguiça de ter q explicar isso tudo pras pessoas. Só porque já nos predispomos a uma coisa só, não quer dizer que devemos manter as nossas mentes fechadas para as possibilidades do mundo.
Quanto a idéia de 'opção', os grupos que discutem as relações homoafetivas e grupos ativistas do movimento LGBTTs, sempre fazem questão de reafirmar que não é opção, mas sim orientação, mas e se for opção tbm, e se eu optei, qual o problema disso? Mesmo se for opção, qual o problema em a pessoa optar em se relacionar com pessoas do mesmo sexo, talvez, a recusa ao uso da palavra opção, é estar se justificando, implorando uma aceitação/perdão que não deve ser implorada, afinal de contas ngm deveria interferir nas escolhas e opções de cada um, referente à sua sexualidade e na opção de com quem e de qual gênero cada um tenha que se relacionar. Infelizmente, vivemos em um ambiente que hostiliza os diferentes e a busca por uma naturalização biológica seja o caminho, tipo eu nasci assim, eu cresci assim e vou ser sempre assim Gabriela... mas nascendo assim ou optando em se relacionar com pessoas do mesmo sexo, ngm deveria ter que justificar suas escolhas e seu interesse sexual em generos similares ou diferentes, afinal de contas, cada um q tome conta do seu xibiu, do seu fiofó e da sua piroca!
E pensando bem, amigue, existe em certo momento uma opção. Escolhemos viver ou não nossa sexualidade. Durante séculos as pessoas homoafetivas foram reprimidas, viviam escondidas em celibatos e casamentos de fachada. Hoje podemos, ainda com muito sofrimento e luta, assumir nossa orientação. Então escolhemos (ou não) romper com a opressão. Quando te perguntarem - Qual é a sua opção sexual?" - responda: liberdade!
Enquanto não se vê todos esses grupos em que somos jogados de forma igual, com igualdade de direitos e condições de existência plena, seremos sim obrigados a buscar os nossos direitos e enfrentar quem fica “cagando regras” sobre usos e costumes e nos afirmar enquanto diferentes, enquanto seres existentes e sair desse estado de invisibilidade social. O mundo ainda não está preparado. Falta educação. Mimimi.